Determinação da Geometria
Molecular.
Para realizar a determinação da geometria molecular, é preciso escrever a fórmula da molécula, descobrir qual é o átomo central e ver quantas nuvens eletrônicas existem.
A disposição espacial dos átomos em uma molécula é a geometria molecular
Um dos modos mais utilizados teoricamente para realizar a determinação da geometria molecular, ou seja, para descobrir a forma com que os átomos estão dispostos especialmente em uma molécula, é pela teoria da repulsão dos pares eletrônicos, também conhecida como teoria da repulsão dos pares de elétrons da camada de valência (RPECV).
Esse modelo considera as ligações
covalentes que o átomo central realiza com os demais átomos como uma
nuvem eletrônica. Cada par de elétrons disponível, ou seja, os elétrons
do átomo central que não estão envolvidos em nenhuma ligação, também
forma uma nuvem eletrônica. As nuvens eletrônicas repelem-se, pois são
formadas de elétrons que possuem carga negativa (cargas iguais
repelem-se). Desse modo, os átomos afastam-se e é definida a geometria
da molécula.
Uma analogia bastante simples para
visualizar a repulsão entre as nuvens eletrônicas é considerar cada
nuvem como se fosse um balão:
Possibilidades de correspondência de uma nuvem eletrônica
Imagine dois ou mais balões amarrados e
que o nó no centro representa o átomo central. Ao fazer isso, você
perceberá que os balões se afastarão o máximo possível, porque é como se
um empurrasse o outro. O mesmo ocorre com as nuvens eletrônicas dos
átomos, que os afastam para que adquiram a disposição espacial mais
estável.
Analogia com balões para entender o espaçamento das nuvens eletrônicas
Assim, para que você consiga determinar a geometria de uma molécula, basta fazer o seguinte:
-
Escreva a fórmula eletrônica de Lewis (mostrada no texto Ligação Covalente), na qual são escritos os símbolos dos elementos químicos e os elétrons da camada de valência ao seu redor (como “pontinhos”), e determine qual é o átomo central. Os pares de elétrons compartilhados e disponíveis devem ficar o mais distante possível uns dos outros;
-
Verifique quantas nuvens eletrônicas a molécula possui e, com isso, qual é a geometria da molécula.
Essa determinação não é realizada para moléculas diatômicas, ou seja, aquelas formadas somente por dois átomos (HCl, HBr, H2, O2, CO, etc), porque toda molécula diatômica é linear (ângulo de 180º). Veja o exemplo do HCl:
Geometria linear do HCl
A
geometria linear também ocorre no caso de moléculas que possuem três
átomos e que o átomo central possui um de seus pares eletrônicos não
compartilhado. É o caso do CS2. Vamos seguir os passos descritos para determinar a sua geometria.
1- Primeiro escrevemos a sua fórmula eletrônica de Lewis:
Fórmula eletrônica do CS2
2- Agora vamos determinar a quantidade
de nuvens eletrônicas. Observe o carbono, que é o átomo central. Ele
possui duas ligações duplas, então ele apresenta somente duas nuvens
eletrônicas, cuja distância máxima possível forma um ângulo de 180ºC.
Portanto, sua geometria é linear.
Geometria linear do CS2
Mas existem casos de moléculas que possuem três átomos cuja geometria não é linear, mas sim angular. Isso acontece em moléculas que possuem um ou dois pares de elétrons desemparelhados.
A água é um exemplo de molécula que possui geometria angular porque o
átomo central (oxigênio) tem dois pares de elétrons não ligantes,
conforme mostrado a seguir:
Geometria angular da água
As moléculas em que o átomo central
apresenta dois pares de elétrons desemparelhados e que possuem a
geometria angular ficam com o ângulo de 109'28º.
A água é uma exceção em razão, provavelmente, de o raio atômico do
oxigênio ser pequeno, o que resulta em uma distância menor entre os
hidrogênios.
A seguir há um exemplo de geometria
angular para uma molécula formada por três átomos, o dióxido de enxofre,
em que o átomo central (o enxofre) possui somente um par de elétrons
desemparelhado. Nesse caso, o ângulo é de 120º.
Geometria angular para molécula com três átomos e um par de elétrons desemparelhado
Veja outros casos principais de geometria molecular:
* Geometria trigonal plana ou triangular:
Ocorre no caso de moléculas formadas por quatro átomos, em que o átomo
central não possui elétrons desemparelhados (não ligantes).
Exemplo: SO3 (trióxido de enxofre):
Geometria trigonal plana ou triangular para molécula com quatro átomos
* Geometria piramidal (ou pirâmide trigonal): Ocorre no caso de moléculas formadas por quatro átomos, em que o átomo central possui um par de elétrons desemparelhado:
Exemplo: NH3 (Amônia):
Geometria piramidal ou pirâmide trigonal para molécula com quatro átomos e um par de elétrons desemparelhado
* Geometria tetraédrica: Ocorre no caso de moléculas formadas por cinco átomos, em que um átomo é o central.
Exemplo: CH4 (Metano):
Geometria tetraédrica para molécula de metano
* Geometria bipirâmide trigonal (ou bipirâmide triangular): Ocorre no caso de moléculas formadas por seis átomos, em que um átomo é o central.
Exemplo: PCl5 (pentacloreto de fósforo):
Geometria bipirâmide trigonal ou bipirâmide triangular para molécula com seis átomos
* Geometria octaédrica: Ocorre no caso de moléculas formadas por sete átomos, em que um átomo é o central.
Exemplo: SF6 (hexafluoreto de enxofre):
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